Olá, pessoal!
To meio sumido daqui, mas passei pra postar um "Q&A" com o escritor Eduardo Spohr, que foi muito gente boa em responder às perguntas apesar da correria!
Pra quem curte o cara e escrita em geral, recomendo os nerdcasts que ele indicou!
Um abraço, breve posto mais alguma coisa!
;)
Olá, Eduardo! Primeiro
gostaria de agradecer a sua atenção, muito obrigado por ser tão educado e
acessível, mesmo sendo um sujeito de sucesso como você é hoje! Que bom que não
subiu à cabeça! Quando você topou fazer essa pequena entrevista, me peguei pensando
em que tipo de perguntas poderia te propor que destoassem um pouco do que
costumam te perguntar. Acabei decidindo pautar isso aqui de acordo com a
proposta do blog, ao mesmo tempo que saciaria minha curiosidade, por ser também
um escritor que almeja ser publicado.
Pois bem:
1) A escrita, apesar de ser
uma expressão artística, é um ofício assim como qualquer outro. Você possui uma metodologia de trabalho? O
escritor Eduardo Spohr tem algum caguete, alguma mania para o trabalho fluir e
render bem? Conte-nos um pouco sobre sua rotina de escritor.
R: Resumidamente,
creio que o maior conselho é nunca desistir. Mas tem muitas outras dicas
bacanas. Recomendo aos leitores darem uma escutada no NerdCast 215, onde
falamos bastante sobre o assunto. Creio que gostarão:
2) Antes de "A Batalha
do Apocalipse" estourar, quais eram as suas expectativas em relação ao
livro? Qual era a sua visão de mercado literário para novos escritores? Após o
enorme sucesso que o livro fez, você já lançou outra obra, "Os Filhos do
Eden", se firmando como um nome no estreitíssimo rol de autores
consagrados nacionais. Essa mudança de panorama afetou a sua opinião sobre o
mercado literário nacional? O que o Eduardo Spohr "famoso" pensa que
o Eduardo Spohr "desconhecido" não pensava?
R: Não tinha nenhuma
expectativa não. Na verdade, achávamos até que não ia fazer grande sucesso. Foi
uma surpresa quando vimos que o livro poderia agradar outros públicos além do
nicho nerd. É claro que toda essa jornada me deu grande experiência, mas sou
basicamente o mesmo de lá para cá.
3) Qual é a importância da
Internet hoje na divulgação de um trabalho literário em sua opinião? Você acha
que é uma ferramenta válida para autores completamente desconhecidos? Ou você
acha que o fato de uma grande editora "vestir a camisa" do seu livro
ainda é a melhor garantia de que sua obra vai vender (isso, é claro,
considerando que a obra tenha de fato alguma qualidade)?
R: Com certeza. A internet é
uma ferramenta útil para ajudar os novos escritores a expor seus trabalhos. A
editora com certeza pode distribuir seu livro bem, mas quem deve falar
diretamente com o seu publico é você mesmo, o próprio escritor – e a web
permite isso.
4) Falemos sobre a
"Jornada do Herói". Você ministra palestras sobre o tema e aborda em
seu curso um cronograma basicamente em cima do modelo proposto por Joseph
Campbell e difundido por Christopher Vogler. Esse modelo é muito usado por
roteiristas de cinema e funciona, por apelar para o "inconsciente
coletivo" ocidental, fazendo com que as boas histórias sigam um certo
padrão (o que, ao meu ver, é uma afirmação bastante verdadeira!). Você utilizou
a teoria de Campbell em seus livros? Qual é a dica que você dá para um escritor
não acabar por fazer daquele modelo uma espécie de "fórmula da escrita
perfeita"?
R: Eu nunca usei as fórmulas
da Jornada do Herói de forma consciente em minhas historias. Mas o conhecimento
delas pode ajudar sim os criadores em geral. Creio que quanto mais
conhecimento, melhor. Mas a formula não faz mágica. Quem fará a beleza da obra
é o artista. O jornada é como uma ferramenta – ela não opera sem o operador.
5) Você me contou em nosso
primeiro contato que está focado na produção de um novo romance, chamado
"Anjos da Morte". Se trata de um "fechamento" para uma
"trilogia" acerca do tema que começou com "A batalha do
Apocalipse? Depois de "Anjos da Morte", você irá abandonar o tema
anjos/demônios? Fale-nos um pouco sobre a obra, eu, pelo menos, estou curioso!
R: Sim, será lançado no começo de 2013.
"Anjos da Morte" contará a história de Denyel ao longo do século XX,
da Segunda Guerra à Queda do Muro de Berlim. Será o segundo livro da trilogia
Filhos do Eden. O que farei depois, ainda não sei. Não parei para pensar
ainda...
6) Pra finalizar, gostaria
que você deixasse uma dica para novos escritores, sobre qual a melhor forma, no
seu ponto de vista, de conquistar um lugar ao sol no disputado mercado
editorial brasileiro. É melhor apostar em publicações independentes? Ou vale a
pena ainda enviar originais para grandes editoras, que mal dão conta de receber
milhares de manuscritos por dia? Que dica você, que já percorreu esse caminho,
pode dar?
R: Essas dicas do podcast
são as melhores que eu possa dar. Recomendo não só o NC 215, quanto o Papo na
Estante #21: A Jornada do Heroi
Muito obrigado pela mini-entrevista, Eduardo! Parabéns pelo sucesso, ele é muito merecido! Estamos todos
aguardando ansiosos por um novo título assinado por você!