segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O amor liberta. E acorrenta.


Mais uma poesia dos meus arquivos. 

E trabalhando sem parar no meu original... Em breve posto alguma coisa sobre ele!

Para Pandora.

O amor é uma caixa que você me deu
Escondida em alguma gaveta empoeirada
São fotos e cartas com tinta borrada
Sorrisos que se perderam com as palavras.
O amor é uma caixa bege trancada
Protegida por camisas e bermudas dobradas
É uma música, uma data marcada
Num calendário que já foi só meu e seu.
O amor é aquela caixa de Prometeu
Tenho certeza de que você já ouviu a história
Fez do beijo, do desejo e da cumplicidade
Meras fagulhas em minha memória
Mas será que Prometeu se arrependeu?
Tentou tirar o corpo fora?
Pois, como ele, cá estou eu.
E você é minha Pandora.
Roubei o fogo que era de Deus
Mas seu calor não sinto agora
Apenas o frio, que vem na calada
Refém do vazio, de músicas ultrapassadas
Porquê o amor pra mim é uma caixa
Escondida em uma gaveta empoeirada
São fotos e cartas com tinta borrada
Apenas uma caixa, mais nada.

;)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Back on the ball game!




#Untitled

A vida é, sem que haja explicações
Existimos todos, independente de razões
O dia amanhece e termina
A aurora nasce e culmina 
Num ocaso, que germina de um perecer.

E de que adianta dúvidas e indagações?
Se o ciclo continua, alheio a nossas emoções?
O existir são trilhos e nós, meros vagões
Pro diabo, então, com explicações.

Não quero saber por que sim e não assado
Por que o fogo é quente e o riacho, molhado
Física Quântica é religião pra fracassados
Que procuram e medem
E enquanto buscam, se perdem.

Porque o sentir é pai do entender.
Eu sei do fogo, se toco.
Sei do riacho, se me jogo,
Não preciso de fórmulas, nem de equações para viver.
E se perguntarem quais as minhas intenções
Bem, pro diabo com as explicações.

Eu sei do bem e do mal,
Da escuridão e do celestial,
Sei o que sinto, ninguém precisa me dizer.
Mas se duvido e pergunto
O que é que há por trás do mundo
Basta olhar ao redor e perceber
Que cada gota de orvalho
Cada pedra de cascalho
É uma intimação, um aviso, um parecer
De que a resposta pra vida
Não pode ser medida
Nem há palavras que a consigam descrever.

E que cada tentativa 
É uma chance perdida
De apenas ser o que se tenta compreender.
Ser a morte e o nascimento
O pássaro empurrado pelo vento
Ser a beleza suave da canção.
Ser a frieza do desalento
Ou o amor
Ou casamento
Ser o vazio que preenche a solidão.
Ser a delícia do beijo
A luxúria, o desejo,
Sem nenhuma amarra, tabu ou grilhão.
Pois se a vida é o trilho e eu sou o vagão,
Pro diabo com qualquer explicação.

;)